O que é?
O windsurf é um desporto olímpico praticado sobre a superfície da água com recurso a uma prancha e vela que necessitam da propensão do vento para se mover. Para além de ser uma modalidade profissional é, igualmente, uma actividade de pura recreação que vive da adrenalina que só a junção da água e do vento podem proporcionar.
História Relatos
Embora ninguém saiba ao certo quem foi o principal responsável pela criação do windsurf como o conhecemos hoje – Newman e Naomi Darby em 1954 ou Hoyle Schweitzer e Jim Drake em 1968 – a verdade é que foram estes últimos que ganharam o direito de patentear a invenção que juntou uma prancha de surf à vela e que dizem ter sido uma versão aperfeiçoada do modelo inicialmente desenvolvido pelos Darby. Conseguida a patente em 1970, o surfista Hoyle Schweitzer e o engenheiro aeronáutico Jim Drake criaram a empresa americana “Windsurfing International” e ainda o termo “windsurfer” que se tornou a marca registada da firma a partir de 1973. Iniciou-se a produção dos primeiros modelos cuja vela triangular estava presa a uma prancha de 3,5 metros por uma junta universal. No total, pesava cerca de 27 kg e, embora fosse difícil transportar até à água e manobrá-la uma vez lá dentro, o sucesso do windsurf foi imediato.Em 1973, Jim Drake cedeu a sua parte da patente a Hoyle Schweitzer que, ao longo dos próximos anos debateu-se para assegurar a patente internacional da sua “invenção” devido ao aparecimento de outras pessoas que declaravam também elas terem sido os autores do windsurf – nomeadamente o inglês Peter Chilvers e o australiano Richard Eastaugh. No seio de toda a incerteza e disputa de direitos de autor, o sucesso do windsurf era tal que, escassos anos depois, em 1984, foi reconhecido como desporto olímpico. Após várias candidaturas, a patente de Hoyle Schweitzer expira em 1987 e pouco tempo depois a “Windsurfing International” fecha portas. Coincidência ou não, a popularidade do windsurf nunca teve níveis tão baixos como aqueles registados em meados da década de 90, numa altura em que o equipamento tornara-se tão especializado que não era qualquer pessoa que pudesse praticar a actividade. Hoje, esta modalidade está a voltar a aguçar a curiosidade dos aficionados por desportos de água, muito graças ao seu equipamento cada vez mais leve, fácil de manobrar e amigo dos principiantes.
O windsurfing necessita de um corpo de água para ser praticado com sucesso, no entanto, as ondas não são um pré-requisito obrigatório, até porque a modalidade é muitas vezes praticada em lagos ou outros corpos de água mais calmos do que o mar. O que windsurfing não abdica é do vento que, sendo aceitável entre os 0 e os 52 km/hora, o ideal para qualquer windsurfer, principalmente os amadores, é quando o vento sopra entre os 27 e os 46 km/hora. Nunca se deve fazer windsurf com ventos de off-shore, ou seja, com ventos que sopram na direcção do mar, porque dificulta a chegada à costa, o que pode ser muito perigoso.
Equipamento necessário
A prática do windsurf exige uma série de equipamentos específicos:Alças para os pés: fixos à popa da prancha, é lá que se encaixam os pés quando a prancha está a planar a alta velocidade. Arnês: vestido pelo praticante permite que utilize mais o peso corporal para velejar, poupando assim os braços. Extensor: permite que a vela se mantenha esticada quando o mastro não tem o comprimento necessário para o fazer. Fato de mergulho: embora seja impossível não se molhar no windsurf, um fato de mergulho protege contra a temperatura da água e do sol, bem como da intensidade do vento. Aconselha-se ainda o uso de capacete e calçado adequado. Mastro: suporta e dá forma à vela.
Patilhão: localizado a meio da prancha (principalmente nas de aprendizagem) contribui para um aumento de estabilidade, o que facilita a aprendizagem, principalmente em manobras contra o vento. Pé de mastro: peça móvel que liga o mastro à prancha, permitindo que esta rode em todas as direcções. Prancha: um dos elementos principais do windsurf, existe em vários tamanhos e tipos, sendo normalmente classificadas de acordo com o seu volume (em litros), largura e tipo de modalidade a que se destina (ondas, regatas…).
Quilha: afixada na parte inferior da popa da prancha, é o que controla a prancha, permitindo que ela se desloque na direcção que pretendemos.
Retranca: o elo de ligação entre a vela e o praticante, permite que este segure e direccione a vela.
Trapézio ou cabos de arnês: são necessários para utilizar o arnês e estão afixados à retranca.
Vela: outro elemento crucial, é o que permite aproveitar a força do vento para movimentar a própria prancha. Dependendo da prática a que se destina (ondas, regatas…), a vela pode ter diversas dimensões.
5 Princípios e algumas Manobras
A aprendizagem do windsurf baseia-se em 5 princípios fundamentais que são necessários para toda a prática futura da modalidade: orientação, equilíbrio, visão, resistência e força. Estes são os princípios base para, em poucas horas de treino, aprender as técnicas básicas de velar, conduzir e virar. A partir daí, a prática e a confiança permitem a aprendizagem e o aperfeiçoamento de manobras tão divertidas como:
Aero Jibe: projecta-se a prancha para cima e, aproveitando a força do vento, vira-se para o lado oposto.
Batida: volta-se à base da onda através da sua crista, um movimento que favorece a execução de novas manobras.
Batida 360: projecta-se a prancha no ar, onde se dá uma volta de 360º antes de voltar à posição inicial.
Bordo: efectua-se uma curva contra o vento.
Front Looping ou Back Looping: direcciona-se para a parede da onda com velocidade, projecta-se a prancha no ar, onde se dá uma volta de 360º para a frente (front looping) ou para trás (back looping).
Jibe: efectua-se uma curva a favor do vento.
Jump Jibe: posicionado quase perpendicular ao vento, dá-se um pequeno salto (aproveitando uma onda, por exemplo) e, girando a prancha aproximadamente 180º, aproveita-se o vento para terminar quase no sentido oposto do ponto de partida.
Laydown Jibe: efectua-se uma curva de 180º com a vela paralela à água, de forma a anular a força do vento.
Categorias competitivas de Windsurf
Para além de ser um desporto olímpico, o windsurf goza de inúmeros campeonatos do mundo, dos diferentes continentes e ainda de cada país. Os campeonatos de interior são extremamente populares no Inverno, principalmente na Europa, onde um dos mais conhecidos é o World Indoor Windsurfing Championships realizado em Londres no mês de Janeiro. Em termos de competição, o windsurf está dividido nas seguintes categorias:
Formula: a mais técnica de todas as categorias, com recurso a pranchas e velas maiores, exige uma performance elevada com ventos fracos a moderados.
Freestyle: tal como o nome indica, é uma prova livre onde os atletas têm de surpreender e impressionar com as suas melhores acrobacias. A dificuldade, criatividade e o número de manobras conseguidas ajudam a determinar o vencedor.
Slalom: consiste numa corrida de alta velocidade, feita numa “pista em Z” cujos obstáculos são necessários contornar; as pranchas são pequenas e esguias e a competição exige ventos fortes.
Speed Racing: uma corrida onde os atletas competem, à vez, num percurso estreito de 500 metros, percorrendo-o duas vezes distintas para se apurarem os melhores tempos de cada
Super X: uma fusão entre o Slalom e o Freestyle, os atletas não só têm de percorrer uma pista de obstáculos, como também têm de efectuar várias manobras específicas pelo caminho. Wavesailing: semelhante ao Freestyle, difere no facto das acrobacias serem executadas em cima das próprias ondas, sendo a técnica e a execução as principais características em jogo. Melhores locais para a prática de Windsurf O Havai e Hood River, Oregon (Estados Unidos), as Ilhas Canárias e Tarifa (Espanha), Rhodes (Grécia), Lago di Garda (Itália), Ilhas Virgens Britânicas, Cabarete (República Dominicana), Le Morne (Ilha Maurícia), Lago Arenal (Costa Rica) e muitas das praias das caraíbas são apontados como alguns dos melhores locais do mundo para praticar windsurf. Em Portugal destacam-se os seguintes hot spots: Alvor, Baleal, Barragem Daroeira, Carcavelos, Costa Nova, Cova do Vapor, Fonte da Telha, Guincho, Lagoa de Albufeira, Lagoa de Óbidos, Martinhal, Peniche, Sagres, São João, Tróia e Viana do Castelo. No Brasil, o destaque vai para o Rio de Janeiro (Búzios e Araruama), Rio Grande do Norte (Praia de Búzios e São Miguel do Gostoso), Rio Grande do Sul (Rio Grande, Tapes e Osório), São Paulo (Ilhabela), Santa Catarina (Ibiraquera e Florianópolis), Ceará (Fortaleza e Jericoacoara).